2 de junho de 2008

DIRETORIA ESTADUAL: UMA AVALIAÇÃO NECESSÁRIA

A despeito das demandas que o mundo do trabalho vem impondo à organização dos trabalhadores, nossa diretoria estadual continua ao sabor das ondas neoliberais. Esta força política denomina-se Articulação-Sindical e governa o país, a cidade de Contagem e Belo Horizonte, domina a diretoria da CUT, a coordenação da CNTE, a direção estadual do Sind-UTE e a maioria das subsedes. Isso para não falar dos demais movimentos sociais.
É necessário que façamos uma reflexão sobre o que isso significa. Para que conscientemente possamos tomar nossas decisões, orientar nossas ações.
O que tem feito este grupo político, com toda essa pujança, para organizar a categoria e as lutas e evitar o desmonte que Lula e Aécio vem fazendo?
A tragédia vem de longe, porém a cada campanha salarial, cada greve, o discurso da direção estadual é sempre o mesmo: - a categoria não quer, a categoria não faz, a categoria está desmobilizada...
Ora, companheiros, de quem é a tarefa de politizar os trabalhadores? Do patrão? Não, essa é a tarefa fundamental da direção de um sindicato! Dar a linha política, trazer as informações que a categoria precisa, organizá-la para a tomada de posição frente ao governo.
Nesse sentido, o que as comunicações recentes da direção estadual apontam? Para a organização da categoria contra o descumprimento dos acordos de greve? A defesa dos trabalhadores contra a falsa efetivação promovida por Aécio Neves? A luta em favor de um verdadeiro piso salarial? A luta pela não implementação do modulo II?
Não companheiros, nem mesmo os boletins nas assembléias existem mais. Com raríssimas exceções. A comunicação do sindicato ficou restrita aos meios virtuais e não servem para a organização da categoria.
Qual é afinal, a prioridade dessa direção? A elegia de um PASSADO glorioso, que sequer sustenta o presente?
Mas há um sentido para a direção do 4º maior sindicato da CUT nacional, o poderoso Sind-UTE agir dessa forma. A direção cuja força política está à frente do sindicato há 27 anos semeia, há anos, dificuldades para vender facilidades...
A reforma sindical que o governo PT e o amplo arco de alianças que o sustenta pretende implementar concentra as decisões e as negociações na cúpula das centrais sindicais e nos grandes sindicatos. O objetivo é matar a capacidade de organização da categoria e fazê-la acreditar que não há outro jeito, que devemos aceitar a desregulamentação dos direitos, negociados com o FMI e o Banco Mundial pela elite brasileira.
Toda essa trama vem sendo criada ao longo dos anos, se enraizando nas organizações sindicais, como do Sind-UTE, por exemplo, abortando greves que ainda estavam em franca ascensão e dizendo em cada região que as demais refluíram!
Não ignoramos as atuais dificuldades de mobilização, ao contrário, acreditamos que elas são fruto de um longo processo iniciado nos anos 90 dentro da nossa organização e em outros setores da sociedade. Esse assunto ainda será objeto de muita reflexão nossa.
Qual o caminho que devemos tomar? Primeiro, organizar a oposição sindical no Estado. Segundo, é estarmos dispostos e prontos para construirmos a unidade na luta, na luta contra o desmando de qualquer governo, na luta pela construção de um futuro com dignidade para aqueles que trabalham.
Companheirada! Organize-se em sua escola, discuta, participe conosco da caminhada de reconstrução da nossa organização. A história é pródiga de exemplos que demonstram que onde os trabalhadores se organizaram e lutaram houve vitórias! Vamos em frente! Não temos nada a perder, temos a história a construir!

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