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Escolas municipais de Contagem sofrem com infraestrutura nota zero
Infiltrações, goteiras e buracos no teto e na parede de salas de aula fazem parte da rotina de alunos e professores
Ernesto Braga - Do Hoje em Dia - 18/08/2011 - 04:04
FREDERIDO HAIKAL
Há 70 dias, muro quebrado facilita a ação de vândalos na Vila São Paulo
Desde junho, Matheus Lopes, de 12 anos, e Marcelino Alves, de 13, alunos da Escola Municipal Virgílio de Melo Franco, na Vila São Paulo, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, estão impedidos de fazer educação física na quadra da instituição de ensino. Parte do muro que cerca o espaço caiu após um temporal. Com o acesso livre, vândalos danificaram a fiação elétrica e a caixa d'água do colégio, deixando os bebedouros secos.
Sem contar com um local adequado para a prática de esportes, a professora Keila Pereira dá aulas para 350 estudantes, de 6 a 12 anos, no pátio da escola. "Os meninos aproveitam a educação física para extravasar as emoções. Faço o que posso para adaptar as atividades ao espaço que temos. Mas não tem como dar futebol, por exemplo, pois a gritaria incomoda os alunos que estão dentro de sala", lamenta.
O problema foi comunicado à Secretaria de Educação e Cultura de Contagem pelo diretor Marcos Celírio Santos em 9 de junho, quando o muro caiu. "Vieram no outro dia e fizeram o orçamento para reforma total da quadra, avaliada em R$ 43 mil. Como o valor extrapola a verba própria da escola, estamos esperando a licitação da secretaria", afirma Marcos.
O sonho de Matheus é que seja incluída na obra uma ligação entre a escola e a quadra, hoje separadas pela Rua Senador Lúcio Bittencourt. "Corremos o risco de sermos atropelados. Podiam fazer uma passarela ou tirar o movimento de carro nesta parte da rua", diz.
A escola da Vila São Paulo não é a única com problemas de estrutura na rede municipal de Educação de Contagem. O Hoje em Dia esteve nessa e em outras instituições de ensino da cidade que, com 603.442 habitantes, só perde em população para BH (2,3 milhões) e Uberlândia (604.013). As visitas foram acompanhadas por Luzia Lima Moreira e Kelly Cristina Fonseca, diretoras de Comunicação e de Formação da subsede do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE).
A Escola Municipal Coronel Joaquim Antônio da Rocha, no Bairro São Joaquim, é um exemplo de desperdício de dinheiro público. O prédio, onde estudam 1.397 alunos do Ensino Fundamental, foi reformado há três anos. O investimento foi de R$ 2 milhões, segundo a professora Bárbara Miranda Vilaça.
"Ficamos ansiosos com o fim da reforma e, aparentemente, a escola ficou linda. Mas todos os problemas voltaram na primeira chuva. Há vazamento no telhado e as salas ficam inundadas. Quando voltam do recreio, os alunos encontram as mochilas encharcadas. Não dá nem para procurar abrigo no pátio, pois ele vira uma piscina", afirma Bárbara.
A professora diz que primeiro apareceram as infiltrações. Depois surgiram rachaduras nas paredes e buracos se abriram no teto. Nas salas 17 e 18, as carteiras só podem ser colocadas em metade do espaço, pois há risco de pedaços de concreto atingirem os estudantes. "Quando chove, a água vai lá na frente da sala, perto do quadro", diz o estudante Thiago Ferreira, de 10 anos.
"Tem fiação exposta e risco de curto-circuito. Estamos preocupados, pois o período chuvoso se aproxima", ressalta a professora Flávia Rodrigues, do 2º ano do 2º ciclo. Luminárias não funcionam e uma fenda aberta na parede que separa a sala 17 da sala de vídeo foi tampada com um armário. O anfiteatro está interditado e o laboratório de ciências, inutilizado.
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