20 de maio de 2008

AÉCIO NEVES, POPULAR OU POPULISTA?

Aécio Neves (PSDB), governador eleito em 2002 e reeleito no pleito de 2006, é, talvez, um dos políticos com o mais alto índice de popularidade no país. Porém, é importante destacar que Aécio, pertencente a um partido símbolo do neo-liberalismo no Brasil, vem promovendo ataques sistemáticos a direitos dos trabalhadores e até mesmo da liberdade de imprensa.
A plataforma de governo de Aécio Neves, o “choque de gestão” (a diminuição de despesas e a organização do Estado) funciona através de cortes em investimentos sociais, como saúde e educação. Segundo alguns analistas políticos, o “défcit zero”, outra sacada publicitária do governo estadual, carece de contestatação, pois a dívida pública do estado de Minas teria saltado de 32,9 bilhões de reais em 2002 para cerca de 39,7 bilhões em 2005, segundo o Jornal Folha de São Paulo.
Contrariando a Constituição Nacional e suas próprias palavras de "apreço e respeito pela imprensa e seus profissionais", Aécio Neves vem ressuscitando uma prática muito comum durante a ditadura militar no Brasil: perseguição política a jornais e jornalistas mineiros. Denúncias têm sido encaminhadas à diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG), dando conta da interferência direta do governo no dia-a-dia das redações e ingerência nos assuntos internos de empresas de comunicação. Matérias que comprometem a imagem do governador não são publicadas.
Na educação, os problemas vêm assumindo enorme gravidade. A falta de autonomia do módulo II, o Projeto Acelerar para Vencer, as efetivações precarizadas, o falso piso salarial, as avaliações de desempenho demissionais e um plano de carreira rebaixado compromentem a qualidade da educação e se traduzem em um profundo desrespeito aos profissionais, que não contam com a mínima infra-estrutura e valorização profissional para realizarem um trabalho de qualidade.
Cabe aqui relembrar o recente caso do “mensalão mineiro”, o escândalo de corrupção que ocorreu na campanha para a eleição de Eduardo Azeredo - um dos fundadores, e presidente do PSDB nacional - ao governo de Minas Gerais em 1998, e que resultou na sua denúncia pelo Procurador Geral da República ao Supremo Tribunal Federal, como “um dos principais mentores e principal beneficiário do esquema implantado” , baseada no Inquérito nº 2280 que a instrui, denunciando Azeredo por "peculato e lavagem de dinheiro". Afinal, trata-se do partido que governa o segundo maior colégio eleitoral do país.

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