Com as palavras de ordem “0% eu não aceito, eu me dedico é 100%”, os trabalhadores
da educação encerraram mais uma assembleia geral, que aconteceu uma manhã desta
sexta-feira (8), na porta da Prefeitura de Contagem. A categoria votou e
aprovou o estado de greve e a manutenção do indicativo de greve para a próxima
assembleia que acontece no dia 19 deste mês, terça-feira.
Os trabalhadores em educação reivindicam o reajuste do Piso Salarial
Nacional, que este ano está em 13,01% e melhores condições de trabalho nas
escolas. O governo municipal já sinalizou que não tem verba para conceder
qualquer tipo de aumento, inclusive o repasse da inflação, mas a categoria não
irá aceitar o arrocho salarial.
Para a diretoria do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação
(Sind-Ute Contagem), a categoria está unida e o movimento se fortificando,
contando ainda com o apoio da comunidade. Vários pais estiveram presentes no
ato sendo Neusa Aparecida Santos Carvalho uma das mães que apoiam o movimento.
“Quando tem paralisação, quem fica prejudicada é a família, mas os
trabalhadores da educação estão certos em reivindicar seus direitos, por isso,
apoio o movimento. O governo municipal precisa resolver esse problema e
valorizar esses trabalhadores que precisam estar motivados e com saúde para
trabalhar com nossos filhos”, ressaltou.
Ainda durante a assembleia foram aprovadas as moções de repúdio à
violência policial contra a manifestação dos profissionais da educação no
Paraná e de repúdio à exoneração do diretor escolar Ivanil Gomes e da
vice-diretora Cilene Oliveira.
Problemas denunciados
Para Audia Andreia Machado e Maria Regina Soares, agentes da educação
infantil, a vitória que obtiveram no ano passado com a redução da jornada de
trabalho e pequeno aumento salarial, foi resultado da luta da categoria.
Contudo, ainda há muitos problemas que precisam ser sanados, em especial com
relação à situação do atendimento aos alunos de inclusão.
“O governo dispensou as estagiárias que cuidavam do acompanhamento
pedagógico dessas crianças e agora elas estão sob os cuidados de profissionais
que não tem qualquer tipo de capacitação”, ressaltaram.
Além disso, ambas reclamaram do reajuste de 0% que não condiz com a alta
da inflação. “Tudo está aumentando, tanto no supermercado como nas contas de
água, de luz em casa. Assim, não vamos conseguir nos sustentar”, acrescentaram.
Durante o ato, Sandro Santiago, trabalhador do quadro administrativo,
denunciou a coação que alguns trabalhadores estão sofrendo por parte de
determinados diretores de escola que não querem que os mesmos participem das
paralisações. “O trabalhador tem o direito de fazer greve e não vamos aceitar
esse tipo de coação. Se precisar entrar em greve novamente, eu vou participar
das paralisações, assim como foi no ano passado”, disse.
Calendário de lutas
Após as avaliações feitas por participantes da assembleia, foi votado o
calendário de lutas que abrange entre outras datas a participação da categoria
no Dia da Greve Geral do funcionalismo público de Contagem, na próxima
quarta-feira (13), com concentração na porta da prefeitura; buzinaço da
educação, na quinta-feira (14), com concentração no Iria Diniz, nos períodos da
manhã e tarde; e a nova assembleia geral com indicativo de greve, no dia 19 de
maio. Vale lembrar que as reduções já começam a acontecer na próxima terça-feira
(12), conforme discutido e aprovado pela assembleia.
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