15 de maio de 2009

O que fazer?

A célebre frase colocada para os trabalhadores russos em 1902, reveste-se, em nossa presente campanha salarial, de força e atualidade. Durante o primeiro mandato da administração Marília Campos, os trabalhadores e trabalhadoras em educação de Contagem tiveram que conviver com o som entoado, pela orquestra desafinada de sua equipe de governo, que os avanços almejados pela categoria, estavam comprometidos em função do desarranjo administrativo de gestões anteriores: a famosa “ herança maldita”. Agora, em outro tom, mas igualmente dissonante, o expediente utilizado pelo coral rouco dos incoerentes de plantão, é de que até mesmo uma mitigada recomposição salarial das perdas inflacionárias do último ano, estaria “ameaçada” ( termo utilizado pelo secretariado em mesa de negociação), pois estamos no centro de um profunda crise econômica mundial.
Alguma novidade? Nenhuma, pois em caracterizações anteriores realizadas em nossas assembléias e conselhos, já avaliávamos que o governo ia se refugiar em novo pretexto para continuar negando sistematicamente as reivindicações históricas e tão necessárias dos trabalhadores e trabalhadoras em educação.
O fato é que de desculpa em desculpa, vamos assistindo a mais um calote do governo Marília Campos, que colocou o funcionalismo público em geral, e os educadores(as) em particular, em sua alça de mira, trazendo por conseguinte, o sucateamento, a precarização e a desvalorização profissional.
Em contrapartida, o segmento empresarial instalado no município, nada tem a reclamar. Benesses fiscais, isenções e acalantos administrativos são alguns dos expedientes que vem garantindo a paz e a tranqüilidade do referido setor. Sem falar no pornográfico aumento salarial de 77% concedido em janeiro para o 1º escalão do governo, fazendo valer a antiga máxima: “aos meus amigos tudo... aos meus inimigos a força da lei...”
Posto isto, e diante de tantos desafios, devemos empreender um esforço de reflexão tática e estratégica dos rumos de nosso movimento. Afinal, o que fazer? Se por um lado não faltam motivos para uma indignação generalizada e que deveria convergir para respostas e ações cada vez mais contundentes por parte de nossa categoria, por outro, a nossa campanha salarial ainda está longe da temperatura ideal.
Nesse sentido, algumas reflexões feitas nas últimas atividades de nosso movimento, tem apontado para um trabalho permanente, cotidiano e de longa duração, junto às comunidades em que atuamos, de desgaste e esclarecimento sobre o descaso que vem caracterizando a atual administração, concernente a promoção de políticas públicas na área de educação, que necessariamente passa por valorização profissional. Devemos atingir diretamente aquilo que mais incomoda e preocupa qualquer governo: sua imagem perante a opinião pública. O fato é que, qualquer que seja a ação escolhida pelo nosso movimento daqui em diante – reduções, paralisações, atos públicos, vigílias, etc. – deverá contar com toda nossa energia, empenho e claro, o envolvimento de todos, sempre na perspectiva de unidade, entre os diversos segmentos que compõem o quadro único da educação e também junto aos demais setores do funcionalismo público, igualmente afetados pelo desgoverno da administração Marília Campos.
Os desafios estão colocados e o “que fazer” para superá-los deve ser o centro de nossas reflexões e ações... Com a palavra ... a categoria!!!

“... A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; é aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca...” (Antônio Gramsci - 1917)

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