1 de setembro de 2008

ABONO DE PRODUTIVIDADE: “COMPETIR PARA GANHAR” OU “COMPETIR PARA DIVIDIR”?

Aécio Neves, desde o início de sua gestão, ataca os trabalhadores da educação, impondo uma lógica neoliberal na prestação do serviço público. O fim da estabilidade do emprego, seguido de medidas como avaliação de desempenho, avaliações externas como parâmetro de produtividade, redução de disciplinas no ensino médio, investimento em algumas Escolas que o governo chamou de “Referência”, efetivação sem garantia de plenos direitos, enfim, toda essa série de medidas caminha no sentido de dividir os trabalhadores da educação. Divide-nos entre os bem avaliados e os mal avaliados, os que alcançam resultados externos e os que não os alcançam, os que dão conteúdos “importantes” e os que não dão conteúdos “importantes”, os da Escola Referência e os da escola comum, os que têm plano de carreira e os que não o têm. Assim, quanto mais o governo nos divide, mais facilita seu corte de gastos com a escola pública. Os “bons” vão receber pequenos incentivos os “não bons” o sistema vai tolerando de maneira cada vez mais precária. E pior: dentro dessa lógica, o governo sutilmente tenta impor o discurso de que, se a educação não vai bem, a culpa é nossa que não estamos à altura de receber investimentos, desse modo, o governo exime-se de investir no setor educacional, impondo sua política neoliberal do estado mínimo com déficit zero.
Em matéria paga, com nosso dinheiro, na revista Veja, lê-se a manchete “competir para ganhar”, tratando do abono de produtividade, repetido tantas vezes pelos agentes do governo. Todavia, com tal abono, trata-se mais uma vez de implantar mais divisão e culpa sobre os trabalhadores. O abono de produtividade é mais uma política que caminha no mesmo sentido de tantas outras: visa dividir os trabalhadores entre “os produtivos” e os “pouco produtivos”. Não se trata de “competir para ganhar”, mas sim “competir para dividir ainda mais”. O governo mais uma vez impõe o discurso de que “se ganhamos mal é porque somos incapazes de cumprir metas”, afinal, na sua lógica, aos competitivos estaria dada a possibilidade de melhorar o salário. Joga-se mais uma vez uns contra os outros: não é difícil prever, em breve estaremos ouvindo nas escolas comentários sobre os que se esforçam para cumprir as metas e os que não se esforçam.
Ora, o abono de produtividade é apenas mais uma manobra política e ideológica do governo para continuar pagando mal os trabalhadores do ensino e investir pouco na escola pública. Só o neoliberalismo e a política do estado mínimo, imposta por Aécio e tantos outros, ganham com a divisão dos trabalhadores. Não caiamos nessa ideologia da “competição”. Anunciemos outra idéia! Ao invés de “competição”, anunciemos a idéia UNIÂO, união de todos para exigir respeito à escola pública e respeito aos trabalhadores da educação. E respeito passa em primeiro lugar por mais verbas para toda a escola pública e aumento de salário dos profissionais da educação! Toda força na construção de nossa união grevista! Juntos podemos derrotar essa nefasta política voltada para a educação pública de Minas Gerais!
Oposição Muda Sind-Ute