Em mais um ato contra o fechamento da Escola Municipal Pedro
Pacheco, representantes da comunidade escolar da instituição fizeram uma
manifestação na reunião ordinária da Câmara Municipal de Contagem, na manhã da
última terça-feira (6). Dezenas de pais, alunos, professores e representantes
do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute Contagem) estiveram
presentes e cobraram dos vereadores que intercedam junto ao governo para que
não fechem a escola.
Vale lembrar que na manhã do último sábado (3), a comunidade
escolar já havia feito outra manifestação contra o fechamento da instituição. Além
disso, nos últimos dias, foram realizadas uma série de reuniões e tentativas para
frear o processo de fechamento da escola. De acordo com o Sind-Ute Contagem, o
governo municipal trabalhou exaustivamente para desmobilizar os estudantes e
trabalhadores da Escola Municipal Pedro Pacheco de Souza.
Fechamento da escola
Há menos de um mês, a comunidade foi informada pela
Secretaria de Educação sobre importantes alterações, sem ter sido consultada.
De acordo com o comunicado da prefeitura, o Cemei Novo
Eldorado, que atende a educação infantil, será transferido para o prédio da escola.
Esse processo já começou e os estudantes da E.M. Pedro Pacheco de Souza
perderam os espaços da sala de arte, biblioteca, laboratório de ciências e
refeitório. Já a Funec Cruzeiro do Sul, que funciona no mesmo prédio no período
da tarde e noite, será transferida para a Escola Estadual Gastão da Cunha.
A comunidade ainda denuncia que, desde o ano passado, a
escola não pode mais receber alunos do 1º ano do 2º ciclo, o que já seria o
início do processo de terminalidade da instituição. Da mesma forma, as turmas
da Educação de Jovens e Adultos (EJA) também foram retiradas da escola no final
do ano passado. Além disso, alguns setores da própria Seduc ocuparão salas do
prédio da mesma.
Outra alteração importante e que não foi esclarecida à
comunidade foi a troca de diretoras da E.M. Pedro Pacheco e Cemei Novo
Eldorado.
A comunidade escolar salienta que a E.M Pedro Pacheco
funciona no local há mais de
40 anos sendo uma das mais bem estruturadas da cidade. Ela
ainda é a única escola pública da região a atender estudantes do ensino
fundamental II.
Carta aberta aos vereadores
Durante o plenário, os manifestantes entregaram aos
parlamentares uma carta aberta pontuando os graves problemas que a educação do
município enfrenta. Entre eles se destacam a ‘oferta’ de 0% de reajuste para o
funcionalismo, mesmo com o aumento de 5% da receita do município, segundo dados
da própria PMC; violência no interior das escolas; ausência de vários gêneros
alimentícios na merenda escolar; o não pagamento integral do mês de julho na flexibilização
de jornada dos professores; retirada dos professores PEB I da educação
infantil, prevista para 2016, com interesse exclusivamente econômico; falta de
estrutura nos prédios escolares, principalmente nos casos em que há coabitação
do ensino fundamental com a educação infantil; adoecimento profissional, fruto
da ausência de uma política de prevenção de doenças laborativas e da sobrecarga
de trabalho.
“Não podemos aceitar que esta Casa se mantenha omissa a
todos esses ataques. Por isso, fazemos um chamado a todos os vereadores,
principalmente os que compõem a Comissão de Educação, para que cumpram seu
papel e trabalhem em prol da comunidade escolar e dos trabalhadores, pois é
inaceitável que se esquivem em um momento tão grave”, salientou a diretoria do
sindicato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário