Mais
um 8 de março na nossa caminhada de luta. No momento em que a grande mídia
investe nas propagandas de presentes, homenagens diversas, como se tudo estivesse
perfeito e seguindo o curso normal da vida, é fundamental recuperarmos o
significado do 8 de março.
Em
uma categoria majoritariamente feminina, debater a fundo o significado deste
dia é dar mais um passo na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Nossa categoria sofre diariamente com a desvalorização profissional, através
dos baixos salários e das péssimas condições de trabalho vivenciados por
professores e professoras, mas não de forma igualitária. Para as mulheres as
conseqüências são agravadas pelo machismo e pelas constantes cobranças de uma
sociedade totalmente patriarcal que insiste em ditar as regras de como devemos
nos vestir, como devemos falar e sentir, que insiste em jogar exclusivamente em
nossas costas a responsabilidade pelas tarefas domésticas, a criação dos/as
filhos/as, impondo-nos jornadas triplas de trabalho e a violência psíquica de
nos culpar por não sermos super heroínas. Não, não somos. Somos humanas!
Essa
realidade se repete em outras profissões e por todo mundo, e requer de nós o
enfrentamento adequado. Muitas lutas foram travadas para que obtivéssemos
várias conquistas, como direito à educação, direito ao trabalho, direito ao
voto e com ele participação na vida política do país. Entretanto ainda sofremos
com o assédio, a violência física, o estupro, a criminalização do aborto. Esses, dentre outros, são desafios constantes
na pauta da luta por uma vida mais digna e uma sociedade igualitária, onde as
barreiras culturais sejam derrubadas e possamos ocupar uma real posição de
igualdade intelectual, civil e trabalhista.
Para
isso precisamos garantir que mais mulheres ocupem espaços na direção sindical,
nos partidos e onde mais for necessário, tendo a compreensão de que a
consciência machista, inculcada desde a mais tenra idade, não deixou imune
nossos companheiros, e, portanto é preciso superar as relações desiguais também
em nossos espaços de luta, ocupando-os.
Assim,
compreendendo que a luta feminista é uma luta de classes e que se assim a
enfrentarmos teremos maiores chances de sairmos vitoriosas/os na construção
desta sociedade que tanto almejamos, vamos seguir resistindo às investidas que
nos desqualificam e tentam minar nossas forças. Vamos ao debate! Vamos à luta!
“Por
um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente
livres.” Rosa Luxemburgo
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