15 de junho de 2009

COMUNICADO DO SIND-UTE CONTAGEM

A educação e o serviço público de Contagem enfrentam um processo de sucateamento generalizado. A infra-estrutura existente nas escolas e hospitais nem de longe atende à população. A violência e a degradação são uma constante nesses espaços. Porém, o funcionalismo é o principal responsabilizado (tem-se como exemplo as avaliações de desempenho punitivas aplicadas aos servidores).
É importante destacar a responsabilidade da administração municipal nesse processo. Embora receba pomposos recursos vindos de parcerias como o Banco Real e Nutriplus, o Governo Marília Campos (PT) não valoriza o funcionalismo, sendo que os salários pagos aos profissionais estão entre os mais baixos da região metropolitana de Belo Horizonte. Há no município um plano de carreira aprovado pelo Legislativo em 2000 e ignorado pela Prefeita (apesar de a mesma ter assumido compromisso de implementá-lo em 2006). Além disso, é uma administração que se orgulha de extinguir várias turmas de EJA e FUNEC, contrariando o bom senso e até a própria Constituição Federal.
Assim, o funcionalismo e as comunidades têm assumido a tarefa de mobilizar-se em prol da solução desses problemas. A educação é o maior patrimônio de um povo deve ser tratada como tal.
A diretoria do Sind-UTE Contagem recebeu no dia 15 de junho uma representação do Ministério Público relativa à Campanha Salarial 2009. Trata-se de uma recomendação que avalia que, entre outros, a Prefeitura pode contratar profissionais para que substituam os trabalhadores que estiverem em greve.
É uma maneira de cercear o direito de mobilização da categoria, que já enfrenta duros ataques da administração municipal (corte de ponto, listas com os nomes dos servidores que paralisaram ou reduziram carga horária, entre outros).
A Constituição de 1988 dispõe em seu art. 9º: "É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender". O direito de organização de uma categoria de trabalhadores é legítimo e democrático. Não há a intenção de prejudicar nossos alunos, pelo contrário, a nossa luta é por condições dignas de trabalho e por real qualidade nas escolas.
Entendemos ser justa nossa luta pelo atendimento às nossas reivindicações, pois somente com condições adequadas poderemos exercer nosso trabalho com dignidade. É o que merecem nossos alunos e nossa comunidade.

3 comentários:

  1. " Prefiro morrer de pé a viver sempre ajoelhado " ( CHE ). José Serra e Yeda Cruzis devem estar morrendo de inveja desta truculência toda. É hora dar-mos alguns passos a frente. GREVE JÁ! Lucas Beleza ( Heitor Villa-Lobos)

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  2. Como vai se dar esta contratação? O infeliz vai trabalhar nos dois últimos horários ou vai nos dias em que nós , bravos guerreiros, estiver-mos reduzindo? Companheiros vamos inspirar no aguerrido time do GALO , que ninguém acreditava, e vamos detonar. É hora de radicalizar. GREVE! Lucas Beleza

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  3. Depois de mais de um ano de negociação, a aprovação desse plano de carreira é só decepção. Decepção com essa administração ordinária e com os "bem remunerados e felizes" colegas que não participam dos movimentos de luta e dão a entender que essa prefeitura tem feito o melhor para aqueles que fazem a melhor educação da região metropolitana. É bom saber que entre nós tem quem esteja "satisfeito".
    Essa administração faz o maior investimento na educação dos últimos 20 anos: kit de péssima qualidade, merenda da Nutriplus, elevadores(como o da escola em que trabalho, que nunca funcionou),além de colocar um único pintor -ou dois, às vezes- para pintar uma escola inteira em muuuuitos dias (letivos), adoecendo funcionários e alunos com o forte cheiro da tinta. E ainda querem fazer um PCCV que nos tira direitos caso tenhamos uma licença médica. È mole?

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